Os governos dos Estados e municípios tiveram, este ano, um ganho com o indexador das dívidas renegociadas com a União. Ao contrário do verificado em anos anteriores, a variação do índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que corrige as dívidas, foi, de janeiro a setembro, menor do que a do índice de Preço ao Consumidor (IPCA). Enquanto o IGP-DI teve aumento de 4,31%, o IPCA acumulado em igual período foi de 4,97%. No ano passado a situação foi inversa, punindo os governos dos Estados e municípios: IGP-DI de 8,05% e IPCA, de 3,7% no acumulado de janeiro a setembro. Graças à variação menor do IGP-DI, os Estados e municípios gastaram menos com o pagamento dos encargos financeiros da reestruturação das dívidas, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central. Até setembro eles pagaram à União R$ 38,51 bilhões, em comparação com os R$ 48,91 bilhões do ano passado. Só em função da queda do IGP-DI, portanto, houve uma economia de 16% com o pagamento dos encargos financeiros, salientou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel. (Valor Econômico)