Imagine os executivos da Sony do Japão participando do tradicional churrasco na laje de fim de semana numa casa de classe C na periferia de São Paulo. A cena é real e não se trata de entrega de brindes da companhia. Nos últimos meses, mais de cem lares de famílias da classe C foram visitados pelos executivos da marca de eletrônicos que, até pouco tempo atrás, era sinônimo de produtos sofisticados para consumidores endinheirados. "Até 2009 a empresa estava voltada para nichos. Agora a Sony quer falar também com outro consumidor", diz o gerente geral de marketing da Sony Brasil, Carlos Paschoal. A mudança de foco, segundo ele, começou no ano passado, quando a companhia decidiu fazer estudos mais aprofundados para conhecer os hábitos e costumes da nova classe média brasileira. As famílias de classe C, que têm renda mensal entre R$ 2.180 e R$ 5.450, representam 41% da população domiciliar do País. Hoje, para várias categorias de produtos, essa classe é o motor do consumo. "E a possível classe B do futuro", prevê Paschoal. (O Estado de S. Paulo)