Em uma clara demonstração de força diante dos constantes pedidos da presidente Dilma Rousseff para a manutenção da responsabilidade fiscal, o Congresso Nacional aprovou ontem o relatório preliminar do Orçamento de 2012, que amplia os gastos públicos. Abriram-se as portas para aumentos salariais dos servidores – sobretudo os do Judiciário – e para a concessão de ganhos reais (acima da inflação) a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que recebem acima de um salário mínimo. Estima-se que, se todos os pleitos de reajustes que chegaram à Comissão do Orçamento forem atendidos, a fatura extra será de R$ 20 bilhões. Apesar de não cravar nenhum percentual para os aumentos – os servidores pedem correção de até 56% -, o relator do projeto de lei, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), adoçou a boca de seus pares e ampliou, de R$ 13 milhões para R$ 15 milhões, o valor que cada parlamentar poderá destinar em emendas paroquiais. Também garantiu um reajuste mais generoso para o salário mínimo – que deve subir de R$ 545 para R$ 622,20 em janeiro do que vem. A estimativa do governo era de R$ 619,21, mas os parlamentares fizeram as contas com base numa inflação mais alta dos últimos 12 meses, de 5,8% para 6,4%. (Correio Braziliense)