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Para Dilma, juros é com o Banco Central

Se o mercado pretende buscar no Congresso sinais para avaliar os rumos da economia, seria conveniente procurar, ao menos, conhecer os parlamentares e seu entorno para evitar a exuberante falta de racionalidade com que alguns analistas têm visto sinais de política econômica onde há apenas política, pura e simples. Deve servir de lição aos mais nervosos o caso do projeto do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que fez aprovar em uma comissão do Senado um projeto para estabelecer o crescimento econômico entre os "objetivos" do Banco Central (BC). Houve quem visse na ação do parlamentar, um jovem líder do PT com ambições locais, uma manobra pilotada pelo Palácio do Planalto – como se a presidente Dilma Rousseff fosse escolher para mexer com tema tão delicado um senador tão distante do centro do poder dilmista. Dilma já mostrou que atua sem disfarce em matéria de diretriz econômica e de delegações para atuação em seu nome. Seu governo, nesse primeiro ano, é claramente protecionista, sem vacilação nem mesmo diante de medidas que contrariam os compromissos do Brasil na Organização Mundial do Comércio. é desenvolvimentista, firme na crença de que o crescimento é a melhor forma de gerar os recursos fiscais e o impulso econômico capazes de assegurar a consistência das contas do governo, reduzir a dívida pública e abrir caminho à desejada queda nas taxas de juros. Mas Dilma também é economista e relativamente cautelosa: mantém a defesa da autonomia de ação do BC, reafirma a meta de equilíbrio fiscal e sabe que taxas de juro não se reduzem com saliva e voluntarismo. (Valor Econômico)