A taxa de desemprego, de 6%, permanece em nível historicamente baixo, enquanto a criação de vagas continua robusta apesar dos sinais de desaquecimento da economia. Nos primeiros nove meses do ano, mais de 2 milhões de vagas com carteira assinada foram abertas. Esse cenário, no entanto, não foi suficiente para conter as despesas do governo com o seguro-desemprego. No primeiro semestre, os gastos com o benefício cresceram 15,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, apesar da promessa do governo de economizar, nesta rubrica, R$ 3 bilhões, como parte do esforço de consolidação fiscal anunciado no início do ano. Rodolfo Torelly, diretor do Departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), afirma que parte desse salto se deve à política de valorização do salário mínimo, mas reconhece que o governo enfrenta um problema de fiscalização. Em tese, a concessão de seguro-desemprego pode ser cancelada caso o trabalhador recuse oferta de vaga com qualificação e remuneração semelhantes à sua última colocação. (Valor Econômico)