A gestão dos recursos destinados às fundações partidárias também foi analisada em um dos painéis do congresso realizado ontem em São Paulo sobre entidades de interesse social. O ministro Henrique Neves da Silva, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), defendeu o aprofundamento do debate sobre o caráter dessas organizações. Do total dos recursos públicos destinados aos partidos neste ano, no valor de R$ 265,3 milhões, cerca de R$ 53 milhões ficarão com as fundações, de acordo com a legislação, que determina o repasse de 20%. Tecnicamente elas deveriam funcionar como organizações autônomas, destinadas a pesquisa, doutrinação política, organização de debates, com o intuito de aprimorar a democracia. Na prática, a maioria funciona como meras extensões do partido. O controle da aplicação dos recursos cabe ao Ministério Público. à Justiça Eleitoral compete apenas verificar se os partidos repassam os 20% para as fundações. "O problema é que essas instituições se encontram no meio termo. Ao mesmo tempo que elas têm vida própria, os partidos podem se imiscuir em sua administração, nomear dirigentes, o que ue destoa da normalidade", disse o ministro. "O que eu defendo é o aprimoramento do sistema." (O Estado de S.Paulo)