Ignorando a queda da taxa básica de juros desde agosto, o mercado de crédito tem piorado nos últimos meses. Em meio ao agravamento da crise internacional e com mais sinais de desaceleração no Brasil, a inadimplência subiu em outubro para o nível mais alto em dois anos. Para cobrir o prejuízo com calotes, bancos aumentaram a margem cobrada nos financiamentos para nível não visto desde o início de 2009. O quadro deteriorado foi o pano de fundo para o Banco Central (BC) decidir retirar amarras e incentivar o crédito no começo de novembro. Dados apresentados ontem pelo Banco Central revelam parte importante dos motivos que levaram o governo a incentivar financiamentos para o consumo no começo do mês. A intenção da equipe econômica é incentivar a economia e, ao mesmo tempo, reverter o que ocorre desde meados do ano, quando calotes passaram a aumentar e bancos começaram a elevar as margens cobradas nos empréstimos, o spread bancário. Com as medidas divulgadas há duas semanas, o BC quer baratear o crédito e abrir espaço para quem estiver com dificuldade para pagar empréstimos antigos, possa renegociar a operação em condições melhores. (O Estado de S.Paulo)