A queda de 0,3% no rendimento médio real de outubro – frente a igual mês do ano passado – surpreendeu e reforçou a constatação de que o mercado de trabalho já sente os efeitos da desaceleração da atividade econômica. Essa retração foi registrada na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis regiões metropolitanas e ocorreu mesmo diante de mais uma queda na taxa de desemprego. A taxa ficou em 5,8% da População Economicamente Ativa (PEA) e bateu, pela oitava vez seguida no ano, o recorde de menor nível de desocupação para o mês desde 2002. De janeiro a agosto deste ano, o rendimento real dos ocupados cresceu a uma taxa média de 3,7% na comparação com os mesmos meses de 2011. Esse ritmo sofreu uma freada brusca em setembro, quando a renda ficou estagnada em relação a igual mês do ano passado, e caiu 0,3% em outubro. A queda na renda real foi puxada pelo setor agregado de educação, saúde e administração pública, entre outros, cujo rendimento encolheu 6,8%. Nos serviços prestados a empresas, o recuo foi de 3,2%. Em igual comparação, a renda do setor outros serviços, no qual os serviços pessoais têm peso forte, cresceu 3,6%, e a dos serviços domésticos, mais ainda: 4,2%. (Valor Econômico)