O ajuste fiscal promovido pelos ministérios que sofreram os maiores cortes no orçamento no começo do ano se deu fundamentalmente sobre os investimentos, e não sobre os gastos de custeio, mostra estudo do economista Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De janeiro a outubro, houve queda forte do investimento nos ministérios das Cidades, do Turismo e da Integração Nacional, além de um recuo pequeno no dos Transportes. Nas despesas de custeio, os maiores aumentos de gastos ocorreram nas pastas de Cidades, Defesa, Educação e Transporte. No caso da primeira, porém, a forte alta, que beira os 200%, ocorre por causa despesas relacionadas ao programa Minha Casa Minha Vida, classificados como gasto de custeio, mas com características de investimento. Ao anunciar o plano de ajuste fiscal em fevereiro, o governo reiterou que preservaria os investimentos, o que na prática não ocorreu, diz Almeida, especialista em contas públicas. Naquele momento, a equipe econômica definiu um corte de R$ 23,2 bilhões nas despesas discricionárias – aquelas sobre as quais o governo tem controle efetivo – no orçamento dos ministérios das Cidades, Defesa, Educação, Turismo, Transportes e Integração Nacional. (Valor Econômico)