Em mais um capítulo da disputa entre governo e bancada do PT sobre os rumos do financiamento do ensino público no projeto de lei do Plano Nacional de Educação (PNE), o relator da matéria, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), deverá ceder às pressões da Casa Civil e da equipe econômica e reduzir a meta de financiamento que havia estipulado, conforme apuração do Valor. Até semana passada, Vanhoni estava com o relatório fechado, apontando aumento dos gastos com educação dos atuais 5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 8,29%, valor considerado suficiente para custear aumentos de salários de professores e ampliação da oferta de vagas em todos os níveis educacionais nos próximos dez anos. O governo, que no projeto original propôs aumento para 7% do PIB, rechaçou o número e sugeriu que Vanhoni mantivesse sua versão para a expansão do financiamento. O deputado conseguiu apoio da bancada do PT para sustentar o valor inicial de seu relatório e a tensão com o governo cresceu. Mas como há pressa para que o texto seja apresentado até amanhã, sob o risco de não ser votado ainda neste ano na Câmara, Vanhoni e os parlamentares petistas ligados à educação se reúnem hoje com os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Fernando Haddad (Educação), além de representantes do Ministério da Fazenda, com uma proposta alternativa que reduz a meta de financiamento de 8,29% para 8% do PIB. (Valor Econômico)