Pressionado não só pela oposição, como também por setores de sua base parlamentar, o governo resiste em pôr em votação no Senado a regulamentação da Emenda 29, que pode aumentar o piso obrigatório de gastos em Saúde. Embora o projeto seja o primeiro item da pauta do Senado desde a semana passada e tramite em regime de urgência constitucional, o governo vem conseguindo impedir que a proposta seja votada. Para isso, o relator da emenda, senador Humberto Costa (PT-PE), retarda a apresentação de seu parecer. Com a pressão crescendo a cada dia – ontem, o líder do PTB, Gim Argello (DF), informou ao governo que sua bancada de seis senadores deverá fechar questão a favor da apreciação da matéria este ano -, o Palácio do Planalto convocou líderes no Senado para uma reunião ontem à noite com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais). O governo resiste em aceitar o acordo proposto pela oposição: pôr a Emenda 29 em votação e, em troca, ela suspende a obstrução para apreciação da emenda que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2015. O Senado tem até o fim de dezembro para aprovar a emenda da DRU. Por enquanto, o governo está conseguindo manter a tramitação da DRU nos prazos previstos, e, por isso, não faz acordo com a oposição. (O Globo)