O governo está usando os bancos públicos para alimentar a concorrência no sistema financeiro e forçar as instituições privadas a reduzir juros e impulsionar o consumo. Ontem, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal acompanharam o movimento de corte na taxa básica de juros (Selic) e diminuíram o custo dos seus financiamentos e empréstimos. Por ordem do Ministério da Fazenda, a Caixa criou ainda um pacote de crédito para turismo, veículos e produtos de linha branca, como geladeiras e fogões. A nova linha terá R$ 5 bilhões em condições especiais. A exemplo do que seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, fez em 2008, a presidente Dilma Rousseff quer que os bancos públicos turbinem o crédito para amenizar os efeitos internos da crise mundial. "A gente percebe que a economia dá claros sinais de desaceleração, e esse tipo de medida é uma reação à possibilidade de recessão lá fora", observou Gilberto Carvalho, professor de economia do Ibmec. "O governo está usando os bancos públicos como indutores desse processo. Está acelerando o corte nos juros e obrigando a concorrência a reagir." O Itaú Unibanco foi uma das primeiras instituições privadas a ceder à pressão e, ontem, baixou as taxas para as famílias e pequenas e médias empresas. (Correio Braziliense)