Antes de embarcar ontem para a Venezuela, a presidente Dilma Rousseff encarregou a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, de cobrar explicações ao PMDB sobre a atitude do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Na véspera, ele adiantou a tramitação da Emenda 29, colocando em risco o calendário de votação da proposta de emenda constitucional (PEC) que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU). Líder do PMDB, o senador Renan Calheiros (AL) admitiu o tropeço de Sarney, mas tentou dividir responsabilidades, afirmando que a "sucessão de equívocos" começou com a tentativa do PT de acelerar os prazos regimentais na tramitação da PEC que prorroga até 2015 a DRU, mecanismo que permite ao governo gastar livremente 20% de sua arrecadação. – Realmente, assistimos a uma sucessão de equívocos, que não pode se repetir. Mas tudo começou com a votação da quebra de interstício na tramitação da DRU. A partir daí, a oposição se sentiu à vontade para desrespeitar o acordo que havíamos fechado, de aguardar até terça-feira uma resposta do governo sobre a votação da regulamentação da Emenda 29 – explicou Renan. (O Globo)