De MarabáCaso a criação de Carajás e Tapajós se concretize, os dois Estados nascerão sem poder controlar 70% de seus territórios. Reservas indígenas, áreas de proteção ambiental e de militares, que hoje ocupam mais de dois terços do território a ser dividido, continuarão sob o comando da União. Com uma área reduzida e a expansão da agropecuária, a tendência é que as novas unidades federativas registrem o aumento da devastação em seus territórios. Um estudo do professor Gilberto de Miranda Rocha, diretor-geral do Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará (UFPA), indica que Carajás nasceria sem jurisdição de 70,6% de sua área e Tapajós não teria o domínio de 72,2%. No atual Pará, 66% das terras estão sob comando da União. "Como se poderá criar dois Estados dessa forma? A demanda por terra vai se intensificar nessas regiões e o modelo de desenvolvimento não vai mudar", comenta Rocha. "O modelo que se efetiva é o da expansão da fronteira agrícola", diz. (Valor Econômico)