As desonerações tributárias e os incentivos fiscais concedidos pelo governo podem superar R$ 40 bilhões em 2012, colocando um desafio a mais para o cumprimento da meta de superávit primário de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e podendo se tornar um obstáculo para quedas mais fortes dos juros. Apenas a renúncia fiscal referente à nova política industrial – o Programa Brasil Maior – deve ficar na casa de R$ 26,4 bilhões. Na semana passada, o governo anunciou medidas de estímulo ao consumo e ao crédito e também a devolução de receita aos exportadores. Um levantamento amplo e detalhado do Credit Suisse indica que as desonerações e incentivos fiscais podem chegar a R$ 42,1 bilhões em 2012, mais do que o dobro dos R$ 17,2 bilhões projetados para este ano. Na conta, estão incluídos R$ 12 bilhões referentes à equalização da taxa de juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financia a compra de bens de capital. Outras estimativas um pouco menos amplas apontam renúncias fiscais na casa de R$ 30 bilhões a R$ 35 bilhões, e não consideram o PSI. (Valor Econômico)