O governo brasileiro está de olho no cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e, no Itamaraty, o alto escalão admite abertamente que o País teria "excelentes" candidatos para ocupar o cargo, hoje nas mãos do francês Pascal Lamy. O novo diretor assume em 2013. Mas 2012 verá governos já se mobilizando para apresentar seus nomes. O Brasil não pretende apenas observar. Porém, diplomatas admitem que ainda não há consenso sobre um nome nem mesmo a decisão definitiva da presidente Dilma Rousseff. Nos mais de 60 anos de história do sistema multilateral de comércio, apenas um representante de países emergentes, o tailandês Supachai Panitchpakdi, assumiu a OMC. E, mesmo assim, por meio mandato. Com a saída de Lamy, o Brasil acredita que está na hora de um representante de país emergente voltar a ocupar o lugar, o que ainda faria sentido diante da política dos Brics de fazer avançar os interesses do bloco no Banco Mundial, FMI e OMC. Um dos obstáculos para o País, porém, será o fato de já dirigir a FAO a partir do ano que vem e o acúmulo de funções não é bem-visto. (O Estado de S.Paulo)