O primeiro dia de discussões da 42ª cúpula de ministros e presidentes do Mercosul, que começou ontem em Montevidéu, foi dominado por divergências entre os sócios do bloco em relação a dois assuntos delicados: a entrada da Venezuela como sócio pleno e o aumento das tarifas de importação para produtos externos ao bloco. A crise que assola os países europeus preocupa os governos do grupo, que querem evitar, nesse contexto, que as economias mais desenvolvidas tentem vender mais para a região e, ao mesmo tempo, limitem as importações de países do bloco. A estratégia de brasileiros e argentinos é ampliar de cem para 200 a lista de produtos que podem ter uma tarifa de importação de até 35%. Porém, Uruguai e Paraguai condicionaram seu apoio à redução das barreiras não tarifárias dentro do grupo, como por exemplo as licenças não automáticas aplicadas, sobretudo, pelo governo argentino. Recentemente, o vice-presidente do Uruguai, Danilo Astori, criticou o protecionismo argentino e disse que o Mercosul vive um de seus piores momentos. (O Globo)