As concessões de crédito imobiliário com recursos da Poupança saltaram de R$ 2,3 bilhões em 2003 para R$ 60 bilhões em 2010, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). No mesmo período, o número de moradias geradas com esses recursos saiu de cerca de 30 mil para 500 mil por ano. Com a perspectiva de crescimento contínuo do segmento nos próximos anos, o país precisa pensar em alternativas de ampliação da oferta de recursos no longo prazo. Além da fundamental estabilidade macroeconômica no país, a melhora vista no setor imobiliário contou com a ajuda da Lei 10.931, de 2004, que foi considerada um marco na regulamentação do mercado imobiliário. "Essa lei obrigou os bancos a i nvestirem em crédito imobiliário e também aumentou a segurança jurídica nos contratos de concessão de crédito", lembra o vice-presidente da Cbic, José Carlos Martins. A esse cenário juntou-se um déficit habitacional estimado em 6 milhões de moradias e a
emergência da nova classe C, com renda e m alta e carteira d e trabalho assinada, que vem transformando em realidade o sonho da casa própria tão típico do brasileiro. Segundo o presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação do estado), João Crestana, o mesmo salto visto nos recursos da poupança foi observado nos recursos do FGTS para a habitação: de cerca de R$ 2 bilhões em 2003 para R$ 30 bilhões em 2010. "Foi um salto grande e hoje percebemos escassez de material, de mão de obra, de terrenos. E no longo prazo é preciso pensar em outras formas de financiamento para o setor", pondera o especialista. (Brasil Econômico)