Quando Dilma Rousseff assumiu o comando do Palácio do Planalto, em janeiro, a grande dúvida que pairava no mundo político era qual seria a sua marca como gestora. Por ter um perfil muito mais técnico e menos político que o de Lula, os líderes dos partidos aliados sabiam que seria necessário reinventar a fórmula de interlocução com o governo. Quase um ano depois, as sucessivas crises ministeriais que culminaram com a demissão de sete titulares da Esplanada dos Ministérios não deixam dúvida de que a presidente transformou o rigor e a intransigênciacomos "malfeitos", palavra que acabou virando mote, em peça de resistência (e marketing) da sua marca própria. O estilo sem dúvida foi bem sucedido na medida que impediu que as crises derrubassem a aprovação do governo. Mas, por outro lado, essa postura teve um alto preço. "Dilma precisava construir sua própria liderança e transformou a faxina ética em uma marca. Mas as sucessivas crises acabaram atrasando muito o cronograma do governo", pondera o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), um dos mais fiéis escudeiros do Planalto no Congresso. (Brasil Econômico)