O ano de 2011 foi, pra dizer o mínimo, desafiador. Um governo novo, troca de comando no Banco Central e uma economia que rodava a 7,5% e foi desaquecendo até chegar a setembro com crescimento de 3,7% em 12 meses- no trimestre a alta do Produto Interno Bruto (PIB) ficou zerada. De novo nos discursos oficiais surgiu a obsessão com a ideia de queda nos juros básicos e todo o esforço no sentido de não permitir que a economia desaquecesse demais e prejudicasse o crescimento – no meio de tudo isso, a inflação permaneceu como o calcanhar de aquiles, ao se manter pressionada e bem longe da convergência à desejada meta de 4,5%. Um grau a menos de ortodoxia do lado da autoridade monetária. Esse foi o tom já no final de 2010, quando o Banco Central lançou um pacote de medidas para esfriar o ritmo de crescimento do crédito, e continuou ao longo de 2011. Já no último trimestre do ano, o BC também passou a colocar em discussão temas como taxa de juros neutra no país (aquela que não gera pressões inflacionárias) e a complementaridade entre política fiscal e monetária. Em janeiro, já sob o comando de Alexandre Tombini, o BC abriu o ciclo de aperto monetário para conter a escalada da inflação- o IPCA em 12 meses estava em 6% no mês de janeiro e foi subindo até chegar ao pico de 7,3% em setembro. (Brasil Econômico)