A ponderação atualizada do índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgada ontem pelo IBGE, deverá de fato tirar de 0,2 a 0,4 ponto percentual da inflação em 2012, confirmando os cálculos realizados pelos analistas quando se tornaram conhecidos os novos pesos do indicador, baseados na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 2008-2009. Perderam espaço os serviços, que subiram 9% em 2011 e devem continuar a pressionar a inflação neste ano, ao mesmo tempo em que ganharam terreno os bens duráveis, que tiveram deflação de 1,56% no ano passado e tendem a segurar os preços novamente em 2012. Com isso, os economistas mantiveram em geral as suas projeções para a inflação deste ano, que variam, em sua maioria, entre 5% e 5,5%. Segundo cálculos do economista Bruno Surano, da Votorantim Corretora, o peso dos serviços, considerando a composição antiga utilizada pelo Banco Central (ver texto sobre a mudança nesta página), caiu marginalmente entre dezembro e janeiro, de 24,8% para 23,6%. O percentual é muito próximo ao que Surano havia estimado em novembro, quando foi divulgada a nova POF que será a nova base para o IPCA a partir deste mês, e, portanto, não altera sua projeção de 5,3% para o IPCA em 2012, com alta de 8% nos serviços (no conceito antigo). (Valor Econômico)