Em um aspecto todos os investidores concordam: a indústria de açúcar e álcool precisa de políticas públicas para voltar a crescer. A notícia sobre o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para renovação dos canaviais, anunciada semana passada, foi bem recebida pelo mercado. Mas a medida isolada não é suficiente para atrair os investimentos para expandir a produção, dizem os produtores. Uma de suas principais reivindicações é a paridade entre o preço do etanol e o da gasolina, que há oito anos não é alterada, diz Maurílio Biagi, presidente do Grupo Malbisa. Ninguém está pedindo para o governo elevar o preço da gasolina, diz ele. "Há outras formas para dar mais competitividade ao etanol, como a desoneração tributária", afirma. Essa é uma das propostas da campanha "Mais etanol", lançada no fim de 2011 pela União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica). A proposta é reduzir as alíquotas de PIS e Cofins do etanol para que o preço do combustível volte a ficar abaixo dos 70% do valor da gasolina. Outro ponto de discussão são as regras para compra de terras por estrangeiros, diz o consultor da Expressão Gestão Empresarial, Eduardo Pereira de Carvalho. "Quem vai investir na expansão do setor? Neste momento, está mais para os estrangeiros, como Bunge, Cargill, Dreyfus, Noble, BP e Glencore. é preciso resolver essa questão institucional." (Agência Estado)