Habituado com a adrenalina dos campeonatos de luta que costuma acompanhar por todo o país, o senador Magno Malta (PR-ES) assistiu à chegada do meio-médio Paulo Thiago ao octógono da primeira edição do UFC Rio, em agosto do ano passado, ao lado do empresário Dana White. Na ocasião, o todo-poderoso do Ultimate Fighting Championship (UFC) se desdobrava em atenções com um seleto grupo de celebridades e políticos que conseguiu atrair para o evento com muita habilidade social e envelopes de ingressos para a área VIP do HSBC Arena. Foi um mimo luxuoso: a zona de cadeiras mais próxima dessa ala de convidados teve entradas vendidas a R$ 1,6 mil. O lobby deu certo e hoje a bancada que defende o MMA no Congresso une de governistas, como o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), ao presidente do PSDB e deputado federal, Sérgio Guerra (PE). O amparo dessa máquina, que vale só em direitos de televisão US$ 120 milhões, está garantido no Congresso. O apelo do esporte e o trânsito construído pelo empresário norte-americano entre os parlamentares conseguiram formar, no Parlamento, uma verdadeira bancada do octógono. O deputado José Mentor (PT-SP) teve uma amostra do que significa estar no corner oposto a esse grupo. Em 2010, tentou aprovar um projeto de lei proibindo a transmissão de lutas não olímpicas na televisão. Não conseguiu avançar um milímetro. (Correio Braziliense)