Em meio à crise do Judiciário, ganha força a mobilização pioneira de desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo para tentar resgatar pelo menos uma parcela do dinheiro que pleiteiam a título de férias não tiradas e vantagens acumuladas. O plano B da toga consiste, basicamente, em abrir mão de 50% do crédito a que consideram ter direito e resgatar o saldo em parcelas de 12 a 15 meses. O plano foi esboçado por dois desembargadores. Eles não estão entre os magistrados que embolsaram antecipadamente pagamentos milionários. Cerca de 15 juízes já aderiram ao projeto, que será levado à apreciação da presidência do órgão Especial, colegiado de cúpula do TJ. Estima-se em R$ 3 bilhões o estoque da dívida com a toga e milhares de servidores do TJ. é consenso nesse grupo que seria mais vantajoso renunciar à metade do crédito e receber o restante em "parcelas mais consistentes". Esses juízes estão dispostos a conceder deságio equivalente à metade do valor que postulam. Há muitos anos eles vêm recebendo em parcelas reduzidas, entre R$ 1 mil e R$ 2,5 mil – por isso estão indignados com os desembolsos dos quais se beneficiaram 29 colegas. Grupo já cogita abrir mão de metade dos "direitos". Desembargadores se unem para reivindicar créditos que julgam ser legítimos e receber o saldo em até 12 parcelas. (O Estado de S.Paulo)