O vendedor de sapatos Danilo da Silva, 19 anos, está há sete meses no emprego, o primeiro de sua vida, e agora que conquistou uma certa estabilidade na loja já pensa em comprar seu computador e colocar banda larga em casa, no Ibura, onde mora com o pai, desempregado, e a mãe, doméstica. "Faço curso técnico de informática, juntei um dinheiro e vou comprar e bancar a internet lá em casa. Preciso do computador", justifica. Jovens moradores da periferia das grandes cidades, como Danilo, formam hoje o principal grupo consumidor de telefonia no Brasil, aponta estudo da Serasa Experian, divulgado ontem.
Segundo os dados, esse grupo foi o responsável por 19,8% das vendas realizadas pelas empresas de telefonia móvel e 25,5% das de fixa no período de setembro de 2010 e outubro do ano passado. Para o presidente da Serasa América Latina, Ricardo Loureiro, esse comportamento tem a ver com a formalização dos empregos. "A crescente formalização do mercado de trabalho nos últimos anos no Brasil tem beneficiado a população de baixa renda, principalmente os jovens. Além de maior estabilidade no emprego, passam a contar com um comprovante oficial de renda, o que estimula e facilita o acesso desta camada da sociedade em mercados específicos como o de crédito e telefonia", comenta. (Jornal do Commercio)