O roteiro será diferente do primeiro ano do mandato da presidente Dilma Rousseff. Se em 2011 a presença de Dilma na sessão de abertura dos trabalhos do Congresso se revelou em um gesto amigável de aproximação do governo com deputados e senadores, agora não vai se repetir. Em meio ao acirramento das relações do Palácio do Planalto com a base aliada, a presidente enviará a mensagem de boas-vindas por meio de sua principal emissária, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. E o recado será claro: o governo não cederá às pressões do Legislativo para aumento dos gastos públicos. A manutenção da austeridade fiscal como pilar de sua política econômica deve ser a tônica da mensagem do Executivo ao Congresso, que será lida por Gleisi na próxima quinta-feira. A diferença na postura da presidente em relação ao ano passado reflete a mudança na situação do Planalto em sua agenda legislativa. As propostas do novo Código Florestal e do Plano Nacional de Educação; a definição de um novo critério de partilha dos royalties do petróleo; a criação de um regime de Previdência para os servidores públicos (Funpresp); e a Lei Geral da Copa estarão entre as prioridades do governo citadas na mensagem enviada ao Congresso. Só que, desta vez, o Planalto poderá "sobreviver" sem a aprovação da maior parte desses projetos. "Temos matérias importantes para votar neste ano, mas com a exceção à Lei Geral da Copa, o governo não tem hoje nenhum projeto que o deixe em posição de dependência da Câmara ou do Senado", avalia um assessor da presidente. (Correio Braziliense)