Acabou com gosto de decepção a solenidade ontem no Ministério da Integração Nacional do anúncio da universalização do cartão de pagamento de Defesa Civil a todos os municípios, para uso em caso de emergência e calamidades. Uma comitiva com cerca de 30 prefeitos mineiros, cujos municípios foram atingidos pela fortes chuvas de janeiro, voltou de Brasília, de mão abanando. A expectativa de uma definição dos valores a serem repassados aos cofres municipais e da data de liberação do dinheiro não foi confirmada. Nem mesmo o cartão foi entregue. E pior: Ministério da Integração Nacional informou que os valores para a Defesa Civil, que variam de R$ 100 mil a R$ 450 mil, só poderão ser usados para compra de produtos de limpeza, remoção de barreiras, remédios, descartando a aplicação no pagamento de aluguéis a desabrigados. O prefeito Wilson Lobo (PSDB), de Cataguases, na Zona da Mata, contabilizou um prejuízo de R$ 20 milhões com as chuvas e terá que arcar com uma despesa de aluguel de R$ 68 mil, até agora, para 19 famílias que perderam suas casas. "Imagina se estivéssemos esperado esse recurso para limpar a cidade. Tinha morrido todos", desabafa. Segundo ele, o ministro Fernando Bezerra anunciou apenas que o próprio governo federal está providenciando a abertura das contas junto ao Banco do Brasil para as cidades atingidas pelos temporais de janeiro, mas ainda não calculou os valores do repasse. "Como vou assumir despesas, se não sei com quanto posso contar?", conclui. (Estado de Minas)