Nem todos os setores industriais tiveram crescimento raquítico no ano passado. Embora tenha sido possível notar um claro descasamento entre indústria e varejo – a produção ficou praticamente estagnada e as vendas avançaram cerca de 7% -, em alguns setores a produção e o consumo seguiram lado a lado. No caso do setor de motos, a entrada dos chineses no mercado brasileiro não intimidou a indústria nacional, que registrou em 2011 aumento de 17% na produção. "O brasileiro está buscando melhor qualidade de vida e as motos permitem poupar tempo. Além disso, o custo de manutenção de uma moto é menor", diz Moacyr Alberto Paes, diretor-executivo da Abraciclo, entidade que reúne os fabricantes do setor. Segundo ele, as importações, que abocanham cerca de 10% do mercado de motocicletas no Brasil, se concentram nos extremos dos modelos ofertados. Motos de luxo, de alta cilindrada, como as fabricadas pela Ducati, KTM e BMW, chegam da Itália, áustria, índia e Alemanha, mas a maior parte das compras externas, destaca Paes, vem da China, com produtos mais simples e baratos. (Valor Econômico)