A produção industrial ficou praticamente estagnada em 2011, o que, combinado ao aumento de 0,5% do volume de horas pagas, resultou em queda de 0,2% da produtividade do setor no último ano, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa relação havia crescido ininterruptamente desde 2002, com resultado negativo apenas em 2009, quando a crise internacional levou a um recuo de 7,4% da produção física. Para economistas consultados pelo Valor, a conjuntura econômica teve papel relevante nessa queda, já que o nível de emprego foi mantido enquanto a produção patinou. Mas a perda de fôlego do investimento é um fator estrutural, que deixa a situação mais preocupante no longo prazo. No último ano, a produção industrial cresceu apenas 0,3%, mas o mercado de trabalho, bastante pressionado, levou uma parte da indústria a adiar demissões, mantendo o crescimento do pessoal ocupado assalariado em alta de 1%. "A indústria em 2011 evitou demitir pela dificuldade de recontratar trabalhadores em um cenário de escassez de mão de obra, principalmente qualificada", afirmou Júlio Gomes de Almeida, consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). (Valor Econômico)