O governo brasileiro pediu ao vice-primeiro-ministro chinês, Wang Qishang, em visita ao Brasil, a criação de mecanismos de "restrição voluntária" de exportações por parte de empresas chinesas de têxteis, confecções, calçados e eletroeletrônicos. A alternativa, argumentam as autoridades brasileiras, seria lançar mão de salvaguardas (barreiras temporárias à importação) a importações nesses setores, uma medida bem mais restritiva ao comércio. Em discurso durante almoço com a delegação chinesa no Palácio do Itamaraty, o vice-presidente, Michel Temer, disse que o Brasil está preocupado "com o aumento maciço e indiscriminado de produtos chineses no mercado brasileiro", que provoca o "deslocamento da produção brasileira". Temer e Wang Qishan presidem a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível (Cosban), reunida ontem. "Daí porque falamos em um dimensionamento voluntário das exportações chinesas", afirmou o vice-presidente. (Valor Econômico)