Médica, divorciada, mãe de dois filhos e feminista, a nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, aposta na autonomia como forma de garantir melhores condições de vida para a mulher. Em entrevista à Agência Brasil, ela deixou claro seu pensamento de luta contra a "cultura patriarcal, machista e sexista que ainda impera" no país. Autonomia, segundo a ministra, é " garantir que as mulheres tenham condições para se desenvolver com plenitude". Filiada ao PT, mas não alinhada a tendências internas do partido, a mineira de Lavras combateu a ditadura militar, em alguns momentos ao lado da presidenta Dilma Rousseff. Por essa luta, passou quase três anos na cadeia em São Paulo, de 1971 a 1973. A ministra disse que não acredita que se houver contingenciamento de recursos, a aplicação efetiva da Lei Maria da Penha, que pune com prisão quem comete violência doméstica, será prejudicada. "O contingenciamento de recursos não deve restringir a ação dessa política", garantiu. Mesmo antes de assumir o posto, ela vem sendo alvo de críticas de grupos religiosos contrários à legalização do aborto. Eleonora Menicucci ressaltou que as políticas públicas não devem discriminar as pessoas por suas profissões de fé e lembrou que "cabe ao governo cumprir a Constituição e respeitar a laicidade do Estado". (Agência Brasil)