Para o governo brasileiro, a proposta de acordo formulada na visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Teerã, em maio de 2010, "continua sobre a mesa". "Para nós, os termos do acordo turco-brasileiro-iraniano são os mesmos e continuam valendo", diz o enviado da presidente Dilma Rousseff ao Oriente Médio, embaixador Cesário Melantonio Neto. "A (negociação) não depende de nós, o Brasil não pode fazer isso sozinho", afirmou ao Estado Melantonio. "Ela depende da comunidade internacional, de um grande número de países voltar a examinar essa proposta e das Nações Unidas. Mas o esforço conjunto feito pela Turquia, Brasil e Irã continua sobre a mesa." Ele admite que a oferta feita em Teerã precisa ser atualizada. "Passaram-se dois anos e a proposta deve ser revista e coordenada com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Os volumes mudam, mas o que vale é o princípio", defende. O plano de 2010 previa a troca de urânio levemente enriquecido pela substância processada a 20%. O Irã repassaria parte de seu estoque à Turquia e, em contrapartida, receberia de um terceiro país uma carga que pudesse ser utilizada no reator de pesquisa de Teerã. (O Estado de S.Paulo)