Com cautela e discrição diplomática, o governo brasileiro tratou do delicado tema dos direitos humanos com as autoridades cubanas. Para evitar que uma manifestação pessoal da presidente Dilma Rousseff pudesse causar ruídos nas relações com aquele país, a missão foi dada ao ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Segundo o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, o tema foi objeto de conversas entre o chanceler brasileiro e seu colega cubano, Bruno Rodriguez. Os dois se encontraram dias antes de a presidente Dilma Rousseff visitar o país, no último dia 31 de janeiro. Para Garcia, que não quis detalhar como a questão foi tratada entre os dois ministros, Dilma não abordou as restrições de liberdade praticadas pelo governo de Raúl Castro quando esteve com ele porque essa estratégia não é eficaz politicamente. Em sua avaliação, se Dilma fizesse discursos sobre a situação, ganharia elogios internacionais e popularidade, mas na prática não melhoraria a situação dos dissidentes do regime cubano e ainda abalaria a relação entre os dois países. (O Globo)