A indústria que mais cresceu no ano passado não sofre concorrência de produtos asiáticos, recebeu uma benesse fiscal do governo federal, obteve boa parte do faturamento vendendo para os chineses e se recuperou de anos de vacas magras com uma produção de baixa qualidade. Com a China se tornando o maior comprador individual de tabaco do Brasil, a indústria do fumo cresceu quase 14% em 2011, ano em que a produção industrial, de maneira geral, estagnou. As dúvidas sobre a solvência fiscal de países europeus não reduziram o volume de vendas para o bloco, mas alteraram a composição: agora, os europeus aceitam comprar o talo e outras partes da planta, o oposto do que ocorre com os chineses. Líder mundial no consumo de cigarros, a China manteve a média histórica de 55 mil toneladas de tabaco importadas do Brasil, mas exige lâminas, a parte mais nobre da planta. Cerca de 85% do tabaco produzido no Brasil embarca para o exterior. O governo transformou em lei, no ano passado, um aumento de 300% na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre o tabaco, mas adiou sua entrada em vigor para evitar impactos na inflação. (O Estado de S.Paulo)