Os mais de 20 km da Avenida Paralela, principal ligação entre o aeroporto e o centro de Salvador, ainda estão tomados por cartazes alusivos ao recém-acabado Carnaval da cidade. A cada três pôsteres, um tem a logomarca da Petrobras, cujo ex-presidente, o economista baiano José Sérgio Gabrielli, volta à terra natal após mais de uma década. Fundador do PT no Estado e com pretensões políticas ousadas, ele terá em breve o desafio de se fazer tão conhecido quanto a petrolífera que patrocina a folia. Para isso, vai ter que assumir um comportamento que adotou pela última vez em 1990, quando foi o candidato petista ao governo baiano. Já naquela ocasião, Gabrielli era um militante mais íntimo da cozinha do partido, afeito a análises de conjuntura e coordenação de campanhas, como a de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1994. As campanhas eleitorais tinham como objetivo maior projetar o PT. "Ele jamais articulou ou pleiteou aquela candidatura. Foi candidato por causa das circunstâncias", relembra o também economista Rui Costa, amigo, ex-aluno de Gabrielli e hoje titular da Casa Civil baiana. (Valor Econômico)