Aproximadamente 2,4 milhões de pessoas vivem em Belo Horizonte e mais da metade dessa população, 54%, leva no bolso a carteirinha colorida do plano de saúde, senha para ter acesso ao atendimento em hospitais e consultórios médicos particulares. Desde a regulamentação dos planos em 1998, é a primeira vez que na capital mineira o número de usuários dos convênios é maior que o percentual daqueles que só contam com o Sistema único de Saúde (SUS). O sistema privado avançou com a precariedade do serviço público e cobre cerca de 25% da população brasileira, mas nas capitais esse percentual chega a ser três vezes maior. Os desafios cresceram junto com a corrida rumo ao novo sonho de consumo: o plano de saúde. No Sudeste, mais de 50% da população do Rio de Janeiro e Vitória também são atendidos pelos convênios. Em Porto Alegre, a cobertura SUS versus planos privados já é quase meio a meio. O crescimento da classe C, acompanhado de planos que ofertam produtos com prestações de baixo valor, é uma das alavancas do sistema. Mas o avanço foi empurrado sobretudo pelo mercado de trabalho. Com uma das menores taxas de desemprego, 5,1% em janeiro, contra 9,5% do país no mesmo período, o número de usuários nos planos de Belo Horizonte cresceu 72% desde 2003, segunda maior taxa de crescimento do Sudeste, depois de Vitória. (Estado de Minas)