Cercada pela valorização do real e invasão de importados, a indústria de transformação perde participação no Produto Interno Bruto (PIB) do país. O enfraquecimento do setor produtivo é constatado na redução no ritmo do emprego. Somente no Rio Grande do Sul, cerca de 15 mil postos de trabalhos deixaram de ser abertos neste ano no segmento. O cálculo é feito pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) levando em conta o volume financeiro que o setor deixa de produzir em razão da substituição da produção nacional por importados e pela redução das vendas externas. Até ontem, o Desempregômetro (painel eletrônico em São Paulo que estima as vagas que deixam de ser gerados no país) ultrapassava a marca de 164 mil postos de trabalho. A participação da indústria de transformação gaúcha no bolo nacional chega a 9,5%. – Em muitos casos, as indústrias não diminuem o faturamento, porque transferem a produção para fora do país e continuam vendendo, por isso é difícil quantificar os prejuízos. Mas, com isso, as indústrias não geram emprego e não investem em tecnologia no país, asfixiando a economia – explica Hernane Cauduro, vice-presidente da Abimaq. (Zero Hora)