O vice-presidente do Banco Mundial (Bird), Otaviano Canuto, alertou ontem que a pressão pela valorização do real continuará forte e duradoura, devido à mudança de padrão da demanda mundial por recursos naturais, e sugeriu que o país acelere reformas para ajudar a competitividade da industria brasileira. A valorização excessiva do real ocupou parte do debate sobre comércio internacional, ontem, na Agência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), e continuará sob o foco dos países, durante seminário sem precedentes que será realizado hoje e amanhã na Organização Mundial do Comércio (OMC). Para Canuto, os problemas da indústria brasileira vão além das dificuldades com a taxa de câmbio e não vão desaparecer tão cedo. "A pressão é muito forte sobre a taxa real de câmbio e não dá para abstrair que o país tem um manancial grande de recursos naturais, que estão valorizados no mundo, e que essa valorização vai permanecer por muito tempo. Isso acaba afetando fortemente os custos sobre os setores que não se beneficiam da valorização dos recursos naturais, que é justamente a indústria manufatureira", afirmou. (Valor Econômico)