A queda da taxa básica (Selic) está obrigando os bancos a reestruturarem suas operações no Brasil. Com os juros dos títulos públicos em baixa, as instituições estão pesando a mão nas tarifas bancárias, que avançaram 77,68% em dois anos, e de cartão de crédito, que cresceu 45,56%. No mesmo período, a inflação acumulada foi de 17,65%. A queda da Selic derrubou o faturamento no mercado de capitais. Segundo levantamento feito pelo Correio junto a publicações do Banco Central, em dezembro de 2009 os rendimentos dessas operações chegaram a representar 64,07% do lucro líquido do setor; em igual mês do ano passado, o percentual caiu para 7,49%. No fim do ano passado, a renda de tarifas bancárias e de cartões somou R$ 39,10 bilhões no acumulado de 12 meses até dezembro – o equivalente a 66% do lucro líquido do setor bancário em 2011. Roberto Luís Troster, economista e consultor especializado no setor bancário, explica que, com a queda da Selic, os bancos tendem a se dedicar mais ao seu objetivo principal: a intermediação financeira. "Eles acabam aumentando a oferta de empréstimos e ganham mais com isso", garante. (Correio Braziliense)