Enquanto o PMDB define sua estratégia para perturbar o governo na CPI Mista que investigará os negócios do bicheiro Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados, o PT não se entende sequer para escolher o relator da comissão. O PMDB deve indicar o senador Romero Jucá (RR), ex-líder do governo na Casa, para presidir a Comissão e o atual líder, Eduardo Braga (AM), para desincumbir o partido da tarefa de defender no Planalto. Já na Câmara, o clima de tensão entre as diversas correntes do PT, adormecido desde a escolha do líder da bancada em fevereiro, voltou a aflorar nos bastidores da Casa. O partido não consegue definir se o relator será Cândido Vaccarezza (PT-SP) ou Odair Cunha (PT-MG). Jucá será o vetor político de atuação do grupo ligado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e Renan Calheiros (PMDB-AL). Particularmente, ele resiste à ideia de presidir a comissão. Mas o partido sonha com isso e, para não parecer uma afronta tão grande ao Planalto, alega que Jucá tem "bom conhecimento de leis, é estudioso e não vai se enrolar em uma CPI que pode transformar-se em guerra". E mais: os peemedebistas indicaram Eduardo Braga, justamente o substituto de Jucá, para a CPI. Como líder do governo, ele tem assento automático na comissão, mas não tem poder de voto. "Vai que alguém resolve convocar um ministro para depor? Braga só poderia discursar contra, agora ele vai também poder votar", ironizou um peemedebista. (Correio Brasiliense)