As possibilidades de crescimento em 2019 estão limitadas apesar do sucesso esperado com a reforma previdenciária, a cessão onerosa dos campos de petróleo e o prosseguimento do programa de concessões e privatizações. Deveremos crescer pouco mais do que 1,5% do PIB. Já é hora de pensar em 2020.
De fato existem condições positivas para um desempenho melhor: juros baixos, inflação sob controle, capacidade ociosa da indústria, reservas cambiais expressivas e aumento de investimentos em infraestrutura e no setor petrolífero e de telecomunicações. O quadro será ainda melhor caso o Congresso aprove uma boa Reforma da Previdência, como se espera.
Outros vetores impulsionam os prognósticos para o ano que vem. O principal deles é o desejo de o Congresso Nacional prosseguir aprovando matérias relevantes de uma agenda de modernização econômica. Mesmo com conflitos políticos entre o Poder Executivo e o Legislativo, existe uma convergência de visões no que tange às reformas constitucionais e infraconstitucionais Temos uma janela de oportunidades, por conta da disputa eleitoral, até junho do ano que vem, para avançar com essa agenda.
Em 2020, ano de eleições municipais, no primeiro semestre, obras serão entregues e, para tal, demandarão gastos e empregos. No segundo semestre, as campanhas eleitorais podem aquecer a cena econômica. São fatores que podem impulsionar os negócios.
Portanto, poderá ser um ano de melhor desempenho em relação ao que se encerra. Para tal, o governo deverá buscar alguns caminhos. Avançar em agendas simplificadoras e “desburocratizantes” para quem deseja investir. Prosseguir estimulando a queda na taxa de juros e atuando de forma incisiva para reduzir o spread bancário. Ter uma estratégia consistente de captação de investimentos estrangeiros para o País. Buscar reduzir, em um pacto com o Judiciário, o risco jurídico que fragiliza as relações negociais no Brasil. Atuar decisivamente para reduzir o risco regulatório disciplinando o funcionamento das agências reguladoras. Estimular a competição no sistema financeiro e na oferta de crédito.
O governo Bolsonaro, como nenhum outro, tem se mostrado disposto a enfrentar o monstro burocrático que atormenta o cidadão brasileiro. A grande imprensa, mesmo em pé de guerra com a administração federal, aprova as reformas. E, como frisei, existe uma vocação reformista do Congresso Nacional. Apesar dos solavancos de sempre, o Brasil terá condições de viver um ano economicamente melhor em 2020. Que assim seja.