O Brasil de Bolsonaro chega à arena internacional subavaliado e padecendo dos preconceitos produzidos e reproduzidos por parte expressiva da imprensa internacional, que é alimentada por nossa incompetência e desvios ideológicos. Somos incompetentes para noticiar o que fazemos de positivo. Com todas as dúvidas em torno do nosso futuro e o noticiário jogando contra, ainda assim o Brasil é um dos cinco maiores destinatários de investimentos internacionais. Afinal, está em curso aqui um dos mais ambiciosos programas de concessões e privatizações do mundo, pois fizemos reformas fundamentais na gestão Temer.
O editorial recente do The New York Times que afirmou ter começado um “ano fatídico para o Brasil” comprova tanto o preconceito quanto nossa incompetência em valorizar o que somos e o que temos. Afirmar que Bolsonaro é um risco à democracia é desconhecer a nossa história e cair numa balela esquerdóide. Mas falar mal é fácil. Fomos e ainda somos campeões em corrupção, criminalidade, ineficiência, alta carga tributária, burocracia e corporativismo, entre outros males. Há assuntos diários para depreciar o Brasil. Sempre é mais fácil destacar a criminalidade do que dizer que contamos com um dos mais sólidos sistemas financeiros do planeta, além de termos um papel estratégico na produção de alimentos e de energia no mundo. Países entrariam em guerras para atingir esse patamar.
Não defendo uma postura ufanista. Enfrentamos desafios internos demais para ficarmos perdendo tempo com divagações autoelogiosas. Mas temos realizações e valores que devem ser divulgados. No campo econômico, atravessamos a pior recessão de nossa história mantendo reservas próximas a US$ 400 bilhões. Alimentamos o mundo cultivando menos de 8% de nosso território. Há dez anos reduzimos o desmatamento florestal mesmo sem políticas eficientes de monetização da preservação e do uso racional dos recursos ambientais. Nada disso parece ser relevante. E como não contamos direito nossa história, alguém acaba contando. Quase sempre em uma narrativa imprecisa. Aqui: “good news are bad news”. Em tempo: o Citigroup estima que o Brasil poderá receber US$ 180 bilhões em investimentos diretos e no mercado de capitais em 2019.