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A polêmica em torno da autonomia do BC, por Murillo de Aragão

O ex-presidente Lula negou com veemência a notícia veiculada pela imprensa de que ele estaria por trás da articulação para que o Senado vote o projeto de lei que trata da autonomia do Banco Central. “Se fosse favorável eu teria feito [quando era presidente]. Eu gostaria de conversar com eles apenas sobre a ideia. Qual é a lógica disso agora? Acabou esse debate. Exigir mais autonomia do que ele tem?”, questionou Lula, em entrevista após o ato de celebração dos 10 anos do programa Bolsa Família.
 
O fato é que Lula conversou sobre o tema com o ex-ministro Antonio Palocci e o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. E, no último dia 25, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), subiu à tribuna da Casa e afirmou que colocaria o projeto em votação ainda este ano. Como disse o ex-ministro Nelson Jobim, em política até a raiva é combinada.
 
O assunto agradou a Renan por alguns motivos. Além de ser um pedido com o apoio do ex-presidente, o projeto faria com que ele assumisse uma pauta positiva. Segundo, a Câmara tem sido bem mais proativa do que o Senado no sentido de pautar temas relevantes. Seria uma forma de o Senado também mostrar proatividade.
 
Porém, a reação do governo foi imediata e contrária ao projeto. A presidente Dilma Rousseff não concorda com sua aprovação. Outras lideranças políticas, como o senador Aécio Neves, o vice-presidente, Michel Temer, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, e o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque, se manifestaram contra a votação da autonomia do BC neste momento.
 
Dessa forma, mantemos nossa avaliação de que dificilmente o projeto será aprovado pelo Senado este ano. No melhor cenário, seria aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos.