O Sudeste será uma região fundamental para a definição dos rumos da sucessão presidencial de 2014. Dos mais de 140 milhões de eleitores, cerca de 58 milhões estão nessa região (41,36% dos votos do país). Os principais partidos trabalham para construir palanques fortes para seus presidenciáveis na região. Por enquanto, o ambiente é de indefinição.
Em São Paulo, estado que concentra mais de 31 milhões de eleitores, PSDB e PT largam em vantagem com Geraldo Alckmin (PSDB), e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT). Embora o PMDB seja disputado por petistas e tucanos, a tendência é que o partido lance a candidatura do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, com a finalidade de fortalecer as bancadas peemedebistas na Assembleia e Câmara. O PSB, do presidenciável Eduardo Campos, não tem nenhum nome com densidade eleitoral em São Paulo. Por isso, especula uma aliança com o PSDB em troca de um palanque duplo no estado.
Em Minas Gerias, segundo maior colégio eleitoral do país, com mais de 14 milhões de eleitores, PT e PSDB também devem ter palanques fortes para Dilma e Aécio. No entanto, apesar da força de Aécio no estado, a candidatura do PSDB ainda precisa ser construída. Hoje, despontam como alternativas o ex-ministro Pimenta da Veiga, o deputado federal Marcus Pestana, o secretário Narcio Rodrigues e o presidente da Assembleia, Diniz Pinheiro.
O PT, por sua vez, deve ter como candidato o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel. O desejo dos petistas é ter o PMDB como aliado. Nesse caso, o ministro da Agricultura, Antonio Andrade (PMDB), poderia ser o vice de Pimentel. Acontece que uma parcela do PMDB mineiro defende a candidatura própria do senador Clésio Andrade. Há ainda os peemedebistas que possuem boa relação com Aécio Neves e não teriam interesse em comprometer seus projetos políticos locais por conta da aliança nacional PMDB-PT.
O PSB pode contar com a candidatura do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, a governador, para fortalecer o palanque de Eduardo Campos em Minas, mas a tendência é que isso não aconteça. Assim como em São Paulo, existe a possibilidade de entendimento entre PSDB e PSB em torno de um palanque duplo para Aécio e Campos em Minas Gerais.
No Rio de Janeiro, colégio eleitoral com mais de 11 milhões de eleitores, a tendência é que PT e PMDB tenham cada um seu candidato a governador, o que deve levar Dilma a contar com dois palanques no estado. De um lado, os petistas não abrem mão da candidatura própria do senador Lindbergh Farias. De outro, o PMDB insistirá na candidatura do vice-governador, Luiz Fernando Pezão.
Dos três principais estados do Sudeste, o Rio de Janeiro é onde Aécio encontra maiores dificuldades no que diz respeito a palanques. Os tucanos não possuem nenhum nome competitivo no estado. Ao que tudo indica, o partido poderá apostar numa novidade. Recentemente, o técnico da seleção brasileira de vôlei, Bernardinho, filiou-se ao PSDB e pode ser o candidato da legenda a governador.
Para Eduardo Campos (PSB), a situação também não é confortável no Rio de Janeiro, pois o prefeito de Duque de Caxias e presidente do PSB no estado, Alexandre Cardozo, defendeu recentemente apoio a Dilma para presidente e a Pezão para governador. Agora, Campos trabalha nos bastidores para tentar construir uma alternativa, que pode ser lançando mão do ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão ou por meio de uma aliança com o PDT, em torno do deputado federal Miro Teixeira.
Enfim, os palanque nos principais estados são críticos para o processo sucessório presidencial. Nesse aspecto, o PT parece levar vantagem neste momento.
Murillo de Aragão é colunista semanal do blog Noblat