A Classe C, que representa em torno de 56% do eleitorado, ainda não conseguiu ser seduzida por nenhum dos principais candidatos ao Palácio do Planalto. Em entrevista concedida ao “Estadão”, o presidente do instituto Data Popular, Renato Meirelles, avaliou que isso é consequência das dificuldades de comunicação de Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) com esse segmento.
Diante de tal cenário, a liderança de Dilma na corrida eleitoral não seria fruto da comunicação eficiente com a Classe C, mas sim da gratidão dessa parcela do eleitorado com a ascensão experimentada na última década. “Essa Classe C tem uma vontade de mudar, de experimentar alguma coisa diferente, mas não está enxergando nas candidaturas de oposição uma alternativa segura de mudança. Boa parte do tempo da propaganda eleitoral tem sido para desqualificar o outro candidato, e isso só afasta a Classe C do universo político e faz com que ela tenha dúvidas sobre para que lado ir”, afirmou o pesquisador.
Na avaliação de Renato Meirelles, apesar da gratidão do eleitorado emergente em relação ao governo petista, a oposição tem condições de capturar essa parcela de eleitores. Sobre a queda registrada por Marina Silva nas últimas pesquisas, Renato declarou que “a Marina como mito é mais forte que a Marina como candidata”.
Para ele, a velocidade da queda de Marina e a capacidade de Aécio em “colar” nas candidaturas fortes em colégios eleitorais importantes definirão quem será o adversário de Dilma no 2º turno. Ele disse não se surpreender com a eventual eliminação de Marina no 1º turno.