Aécio Neves (PSDB) partiu para o ataque contra Marina Silva (PSB) no horário eleitoral gratuito de hoje. Com o objetivo de demarcar diferenças em relação a Marina, Aécio lembrou que a oposição dela a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), no governo FHC, quando Marina era senadora do PT. Aécio também “bateu” em sua concorrente quando lembrou que ela foi ministra do governo Lula durante o mensalão, e não se manifestou sobre o escândalo.
É necessário aguardar os próximos programas para avaliar se Aécio Neves mudou completamente de estratégia e manterá a cruzada contra Matina, ou se o programa de hoje foi apenas um episódio isolado. O que não parece o posicionamento mais correto, pois o candidato do PSDB trocaria abruptamente a posição de opositor de Dilma Rousseff para se postar como antagonista de Marina.

Há até quem faça uma comparação com 2002 para tentar alertar Aécio. Naquele ano, quando Ciro Gomes aparecia na frente de Lula na simulação de 2º turno, José Serra, o candidato do PSDB na época, partiu para a desconstrução de Ciro. Serra obteve sucesso na estratégia, mas acabou perdendo a eleição para Lula.
Assim, quem poderia se beneficiar disso é o PT, pois Dilma seria “poupada” do desgaste de realizar os ataques a Marina, deixando a tarefa para o PSDB.
Mesmo que uma nova vitória do PT seja negativa do ponto de vista político para o PSDB, ela poderia ser menos desgastante que assistir a ascensão de Marina Silva ao poder, fato com potencial para “desarrumar” a polarização PT x PSDB, tirando dos tucanos o protagonismo do polo anti-petista na política nacional.