O senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto nas eleições de outubro, prepara o lançamento de sua candidatura. O evento será realizado pelos tucanos no estado de São Paulo em março. A dúvida é saber se o ato político ocorrerá na capital ou no interior do estado.
A escolha de São Paulo não é casual. São Paulo é o maior colégio eleitoral do país, além de ser administrado pelo PSDB desde 1995. E os tucanos acreditam que o estado (com mais de 31 milhões de eleitores) pode compensar a desvantagem que Aécio Neves deve ter no Nordeste, em função da força dos programas de distribuição de renda do governo federal nessa região.
Embora a oficialização da candidatura Aécio Neves seja um fato político importante para o PSDB, o partido ainda tem muitos desafios pela frente. Por exemplo, o engajamento do ex-governador José Serra na campanha de Aécio ainda é uma incógnita. Mais do que isso, os tucanos continuam com dificuldades para atrair aliados ao projeto nacional a ser liderado pelo senador mineiro, assim como para buscar um candidato a vice-presidente que seja “bom de voto”.
Por enquanto, Aécio permanece com um leque de alianças restrito. Além do DEM, que deve estar com o PSDB, o Solidariedade (SDD) deve seguir o mesmo caminho. A conquista do SDD é relevante para Aécio, principalmente depois que o PPS, uma das poucas legendas de oposição ao governo Dilma, optou por apoiar o governador Eduardo Campos (PSB-PE) rumo ao Planalto. No cenário atual, restaria ao PSDB buscar composições com os chamados pequenos partidos.
A busca de um candidato a vice-presidente considerado “bom de voto” é um desafio ainda mais complexo para os tucanos. Como DEM e SDD não contam com alguém com esse perfil, uma alternativa poderia ser o ex-governador José Serra, que já afirmou não aceitar a indicação. Diante desse cenário, o vice de Aécio Neves permanece uma incógnita.
Atentos a isso, líderes do PSDB reuniram-se na semana passada em São Paulo. Aécio esteve com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-senador Tasso Jereissati e os ex-embaixadores Celso Lafer e Rubens Barbosa.
A preocupação do PSDB com a definição do vice de Aécio procede. Vale destacar que a presidente Dilma Rousseff (PT) deve reeditar a dobradinha com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), enquanto o governador Eduardo Campos (PSB-PE) tende a confirmar a ex-senadora Marina Silva (PSB-AC) como sua candidata a vice.
Conforme podemos observar, a escolha do candidato a vice de Aécio Neves é mais um complexo desafio para o PSDB. Com poucas alternativas, nomes como o do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e o do ex-senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) são especulados. Porém, nem Aloysio nem Tasso empolgam. Assim, a decisão poderá recair sobre um político regional, como aconteceu com índio da Costa (ex-DEM e hoje no PSD), candidato a vice na chapa de José Serra em 2010.