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Líderes partidários no Congresso em 2014, por Murillo de Aragão

Em ano de eleição, ocupar o posto de líder partidário é estratégico para quem assume tal função. Além de estabelecer conexão eleitoral com a campanha do próprio parlamentar, pode reforçar candidaturas de correligionários.
Na Câmara, anualmente as bancadas elegem seus líderes. Em 2014, a maioria dos partidos já definiu seus comandantes. Entre os principais está o PT, maior partido da Casa. A bancada escolheu o deputado Vicentinho (SP). Ex-presidente da CUT, ele defende a reeleição de Dilma Rousseff e deve atuar em favor de pautas ligadas aos trabalhadores, em especial para impedir o avanço do projeto que regulamenta a terceirização.
O PMDB, segunda maior bancada, reconduziu Eduardo Cunha (RJ). O partido é o principal parceiro do PT na aliança governista. Porém, apesar de pertencer à base aliada, Cunha deve continuar a dar trabalho ao governo, conforme fez em 2013.
O PSDB, maior legenda de oposição, trocou o deputado Carlos Sampaio (SP) por Antônio Imbassahy (BA). Afora comandar os deputados tucanos, Imbassahy deve trabalhar para dar maior visibilidade ao presidenciável Aécio Neves no Nordeste.
O PSB só escolherá seu líder em fevereiro. Beto Albuquerque, fiel escudeiro do governador Eduardo Campos, pode permanecer. Em função de rusgas recentes com o PT com relação à sucessão presidencial, ele já antecipou que a bancada fará oposição ao governo em 2014.
No PSD, Moreira Mendes (RO) assume o lugar de Eduardo Sciarra (PR). Embora se intitule independente, o PSD ocupa ministério no governo Dilma. Ruralista, Mendes deve se concentrar na defesa dos interesses do agronegócio.
Eduardo da Fonte (PP) ficará mais um período à frente do PP. O partido ainda analisa internamente se permanece com Dilma nas eleições de outubro. Da Fonte deve trabalhar para que a legenda continue na situação.
O PTB ficará com Jovair Arantes (GO) pelo oitavo ano consecutivo. Apesar de aliado do PSDB em seu estado, o deputado é governista no plano federal e deve continuar, visto que o partido deve ocupar espaço na Esplanada dos Ministérios.
O recém-criado PROS manteve Givaldo Carimbão (AL) na liderança. O partido, comandado pelo governador do Ceará, Cid Gomes, e seu irmão, Ciro, nasceu aliado ao Planalto e assim deve se manter, pois será contemplado na reforma ministerial.
No também novato Solidariedade, Fernando Francischini (PR) continua. Ex-tucano e ligado ao governador do Paraná, Beto Richa, ele conduzirá a bancada com viés de oposição, em alinhamento à candidatura de Aécio.
Mendonça Filho (PE) substitui Ronaldo Caiado (GO) no DEM. Ele também deve manter a linha dura oposicionista do partido, com inclinação ao presidenciável tucano.
O independente PV reconduziu Sarney Filho (MA), e o governista PRB escolheu Márcio Marinho (BA).
Na liderança do governo fica Arlindo Chinaglia (PT-SP). Já na da minoria (oposição), os tucanos continuam no comando. Sai Nilson Leitão (MT) e entra Domingos Sávio (MG).
PR, PDT, PCdoB, PSC e PPS só terão definição em fevereiro.
No Senado, regimentalmente, as escolhas ocorrem a cada biênio. Porém, é possível que possam se dar em intervalos menores. Nessa situação estão, além da liderança do governo, PT, PR, PSB e DEM, que só terão uma definição na volta dos trabalhos. Os demais foram mantidos.