O PMDB defende uma reforma administrativa para reduzir o número de ministérios de 39 para 20, e acabar com parte dos cargos de livre nomeação, que hoje somam 22,9 mil. O objetivo é mostrar que o governo também faz sua parte no ajuste fiscal, mas para quem conhece, a máquina federal do segundo mandato precisa mudar também porque funciona mal.
O enxugamento da administração poderia ser feito por meio de proposta de emenda à Constituição de autoria do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), para quem um Ministério mais compacto proporcionaria uma gestão melhor. A multiplicação do número de pastas foi obra, principalmente, da Era Lula, como forma de produzir uma moeda de troca para a barganha política.
Segundo a Folha de S. Paulo, na verdade existem 39 ministros e apenas 20 ministérios. A diferença entre os dois números é formada por dez secretarias e nove pastas que são muito mais órgãos de apoio ou desmembramentos de outro ministério para atender à pressão por cargos. Por exemplo: Controladoria Geral da União; Advocacia-Geral da União; Pesca e Aquicultura; Cidades etc.
Além do gigantismo, o atual Ministério sofre de paralisia em virtude do impacto dos cortes orçamentários que até agora não foram feitos. A espera deles, sem saber com quanto contarão, de fato, os ministros puseram um pé no freio. No Turismo e na Integração Nacional, a expectativa é que os titulares sejam trocados, contribuindo para um travamento operacional ainda maior.
Até mesmo a Casa Civil não funciona muito bem. O estilo de Aloizio Mercadante imprimiu um perfil mais político, ao invés de coordenador dos demais ministérios. O ministro gosta de tratar com um número pequeno de colegas e, segundo aqueles que têm um acesso menor a ele, o principal auxiliar da presidente está mais focado no sonho de uma candidatura à Presidência no caso de o ex-presidente Lula desistir de seus planos para 2018.