A Câmara deve votar hoje, 4, em Plenário um projeto de resolução que coloca um deputado à frente de todos os veículos de comunicação da Casa e que cria um cargo de confiança (CNE), não concursado, para assessorá-lo. É o PRC 11/2015. Colocar um deputado à frente da comunicação da Câmara foi promessa de campanha de Eduardo Cunha e fez parte de acordo para apoio do PRB. O escolhido deve ser o deputado Cleber Verde (PRB-MA). Antes dele, Cunha convidou outros dois deputados do partido: Beto Mansur e Celso Russomano, que não aceitaram.
O projeto corre em regime de urgência e deve ser aprovado de maneira simbólica, sem maiores discussões. Tem que ser rápido porque só agora os deputados parecem começar a se preocupar com o fato de apenas um deles ficar à frente de um sistema de comunicação que até hoje foi gerido por servidores concursados, sem ingerências partidárias – o que garante tratamento isonômico para as notícias produzidas pela Câmara.
O objetivo é controlar um sistema de comunicação que tem quatro veículos: a TV Câmara, a Rádio Câmara, o Jornal da Câmara e o portal Câmara Notícias, que são fontes primárias a respeito do que se passa na Casa. As informações são reproduzidas e divulgadas por todas as emissoras de TV comerciais, bem como todos os jornais, sites, blogs e setores econômicos ou sindicais. O portal de notícias na internet tem 35 mil acessos diários.
A TV Câmara já é transmitida em oito estados em sinal aberto digital – sem contar antenas parabólicas e todos os canais de TV a cabo. O público potencial estimado é de mais de 50 milhões de pessoas. A expansão do sinal está sendo feito graças à Rede Legislativa de TV Digital, uma iniciativa da Câmara, em parcerias com a TV Senado e emissoras de assembleias legislativas e câmaras municipais, que partilham os custos da iniciativa.
Somente no ano passado, os canais institucionais da Câmara contaram com a participação de 7 milhões de pessoas – por 0800, enquetes, comentários nas notícias, Facebook, twitter e videochats.